Mocambo de palmares
Durante a invasão holandesa houve um significativo desenvolvimento na Serra da Barriga, com relação aos mocambos. Escravos estabeleceram suas casas nessa região, porém, enfrentaram diversos ataques holandeses e portugueses que culminou na Morte de Ganga Zumba e posteriormente na destruição de Palmares, sendo Zumbi morto no ano seguinte a 1964. Tanto Zumbi quanto Ganga Zumba foram destaques durante o conflito. Palmares ficou figurada como símbolo da escravidão e em 1978, a data da morte de Zumbi foi instituída como o Dia Nacional da Consciência Negra no Brasil. Em 1996 Zumbi passou a ser oficialmente considerado um herói nacional.
Além da resistência contra a escravidão e da luta pela liberdade, um segundo tema tem sido abordado pelos historiadores: o de suas características africanas. Esse é um assunto que levanta bastantes controvérsias, há quem diga que Palmares era “um caso especial e sem exemplo na história do povo brasileiro”, ao contrário de outros que acreditam que era um “verdadeiro estado negro no Brasil”. Na segunda metade do século XVII vários estudiosos irão concordar que existia uma população multiétnica em Palmares.
Os vários debates e análises a respeito desse assunto tem se desenvolvido sobre um conjunto documental conhecido em sua maior parte publicado. Todos concordam que esses documentos foram escritos e “pelos inimigos” de Palmares e estão marcados pela ideologia senhorial. Três narrativas foram importantes para a história de Palmares: a crônica escrita em 1678, os parágrafos de História da América Portuguesa e Relação verdadeira.
“Essas três narrativas seguem procedimentos semelhantes. Escritos para audiências portuguesas ligadas à administração colonial, esses três textos operam jogos de opostos construídos com intenções claramente políticas: na crônica de 1678 os protagonistas são dom Pedro de Almeida e Ganga Zumba; na Relação verdadeira, são Bernardo Vieira de Melo e Zumbi; na História da América