Mobilidade urbana
A transmissão da informação científica entre os pares é feita por meio da língua e de símbolos e imagens especialmente construídos para tal fim, utilizando estilos e argumentos que variam historicamente. Por outro lado, os textos de divulgação científica exibem estruturas retóricas com diferenças significativas em relação aos textos originais dos cientistas. O que acontece com a informação científica no curso de sua adaptação às várias audiências? Que modos diferentes de apresentar, ilustrar e argumentar surgem? Que analogias são acrescentadas ou descartadas? Quais os entraves, limitações e dificuldades desse empreendimento? Essas questões são examinadas com base em dois casos de acomodação da linguagem científica para textos de divulgação. O primeiro deles parte de um artigo publicado por cientistas brasileiros na revista Nature, que deu origem a vários artigos de divulgação. No segundo caso, são comparados os artigos originais de Einstein sobre a relatividade e seu livro de divulgação científica, A teoria da relatividade especial e geral.
O DISCURSO DA CIÊNCIA E DA DIVULGAÇÃO
A ciência é também um empreendimento retórico. Ela depende crucialmente da eficácia e da precisão das práticas de comunicação que adota. A retórica é o estudo da suasão, per- e dis-. Esse estudo e sua prática têm uma longa história, remontando pelo menos à Grécia Clássica. Grosso modo, podemos distinguir três linhas na comunicação científica: os discursos científicos primários (escritos por pesquisadores para pesquisadores), os discursos didáticos (como os manuais científicos para ensino) e os da divulgação científica. Em todos eles, embora com conteúdos lexicais, estilos e formatos variados, a retórica está presente. Cada discurso serve a um propósito determinado e busca atingir um público específico. Os artigos científicos, mais impessoais, tendem a utilizar