Mobilidade urbana sérgio bianco
Mais importante que uma ciclovia para a bicicleta é um caminho para o ciclista, pois esse é o caminho da cidadania.
O cenário
Esse ensaio se coloca dentro de uma realidade tanto econômica, quanta política como social e cultural. Estamos assistindo a grandes mudanças em nossa sociedade desde a questão do emprego onde a integração vertical é cada vez mais substituída pela terceirização e parcerias reduzindo o emprego formal, passando pela concentração econômica principalmente pelo sistema financeiro, pela globalização e por mudança de percepções dadas principalmente por novos paradigmas culturais e pelo excepcional avanço das comunicações, sem contar no grande processo de urbanização que o mundo vive, notadamente os países em desenvolvimento, colocando demandas sociais e problemas ambientais muito alem da capacidade dos estados em resolvê-las de forma isolada. Toda a reflexão aqui contida parte dessa percepção. No campo dos transportes púbicos o que se vê hoje na maioria das cidades grandes e médias do Brasil é um momento de transição em que se nota uma desregulamentação dos sistemas existentes onde modais como o ônibus perde cerca de 25% da demanda entre 1994 e 2001 e pior, sua produtividade (medida entre passageiros transportados e distância rodada) caio no mesmo período de 2,2 para 1, 5, sem falar que pesquisa da NTU mostrou que o transporte clandestino esta presente em 63% das cidades brasileiras acima de 300.000 habitantes, o que mostra a gravidade da questão. Dentro desse marco referencial que se pretende colocar a questão da bicicleta, levando em conta os caminhos que são postos pelos profissionais da área dentro e fora da ANTP como os mais prováveis para enfrentar os grandes desafios inerentes ao transportes e ao transito das nossas cidades, que na verdade se apresentam como os pressupostos, para que se formule políticas