mitologia na cultura portuguesa
Há na História de Portugal um lado oculto e simbólico, através das diversas interpretações da mitologia, do misticismo e das doutrinas religiosas que influenciaram a Península Ibérica. Nomes que, por vezes, transcendem a esfera histórica e incorporam uma aura mítica, como Viriato e o mito da antemanhã, o herói libertador, D. Afonso Henriques e o Milagre de Ourique, como mito fundador, apontando para o providencialismo, que se consolidando com os descobrimentos, nos séculos XV e XVI e, mais ainda, com o sebastianismo e a União Ibérica, advindo, daí, a construção do mito do Quinto Império.
Ao longo do tempo, o espaço físico de Portugal sofreu a influência externa de várias culturas, desde épocas mais remotas. Assim, há que se compreender os iberos originais e a sua tradição mágica, bem como o nascimento, apoteose e decadência de povos posteriores, como os celtas, os cartageneses, os fenícios e os romanos, além da tradição cultural árabe, como povos de grande contributo para aquilo que Portugal é e que pode, muito ainda, ser notado, sobretudo, nas regiões mais interiores, em que as tradições populares sobrevivem e teimam em não desaparecer, resistindo à força do tempo e cuja preservação é fundamental para a própria noção de Portugal
Assim, os principais mitos culturais de Portugal procuram justificar a aventura portuguesa, no âmbito de uma aventura maior, a humana, movida por uma missão universalista. Desta maneira, tem-se o sebastianismo, o Quinto Império – tão preconizado pelo Padre António Vieira e por Fernando Pessoa, e a Idade do Espírito Santo, nas ideias Agostinho da Silva, que enfatizam o papel de Portugal como líder na construção de uma sociedade de nações messiânica e providencial.
Após uma era gloriosa de descobrimentos e expansão, reserva-se para esse passado um sentimento de saudade,decorrente da incerteza de que os tempos egrégios talvez nunca mais vão se repetir. Pela saudade projeta-se no futuro o resgate das