Mitologia Armenia
A mitologia sempre foi um recurso humano, desde os tempos primórdios, de tentar explicar fenômenos naturais e instituir certas ordens de organização das sociedades, utilizada e apresentada ao redor do mundo de maneiras completamente diferentes, com Deuses e seres místicos diversos. Na Armênia antiga, a mitologia era de extrema importância para o povo, sendo parte ativa da história de seu país e gênese de suas crenças. Na escrita do historiógrafo Khorenatsi, responsável pelo mais importante relato histórico do povo armênio, encontramos seres místicos como gigantes, Deuses e dragões juntamente de guerras e conquistas históricas; esse tipo de narrativa difere muito do tipo de história de um país com a qual estamos acostumados, onde há separação entre a mitologia e a história real.
A Armênia é facilmente associável com o cristianismo, uma vez que ela é considerada o primeira nação do mundo a se tornar oficialmente cristã e também possui a primeira tradução da Bíblia; que inclui alterações únicas, como a adição de figuras históricas armênias e uma epístola do apostolo Paulo, Terceira Epístola aos Coríntios. Porém, ao se falar de mitologia, é necessário retornar ao período de Pré-Cristão na Armênia, a origem de diversas crenças que até hoje fazem parte da cultura desse povo. No período Pré-Cristão da Armênia, o Paganismo predominava na região; podendo ser dividido entre três fases distintas, sendo a mais antiga delas, o Período de Culto a Natureza. Esse período foi fortemente influenciado pelo zoroatrismo, uma religião fundada na Pérsia antiga. Era de se esperar que a Pérsia fosse fonte de maior influencia sobre a Armênia uma vez que era o região mais próxima e também dominou a região armênia durante um longo período (VI-IV a.C). Nesse período, os armênios cultuavam e reverenciavam diferentes elementos da natureza, como por exemplo a água e o fogo. Para os armênios, a água e o fogo eram vistos como irmãos enquanto a água representava o