mito
Estudo contesta que fóssil de adulto de 1 m achado em 2004 seja outra espécie
Grupo achou esqueleto de humano moderno reduzido em arquipélago no Pacífico; povo tinha baixa estatura, mas não seria desnutrido
DA REDAÇÃO
Pela segunda vez em menos de duas semanas, o achado mais sensacional da paleoantropologia nas últimas décadas é colocado sob suspeita. Esqueletos descobertos no arquipélago de Palau, na Micronésia, sugerem que o hominídeo anão Homo floresiensis -apelidado de "Hobbit" - pode não ser outra espécie, apenas um humano moderno pequeno.
O "Hobbit" sacudiu o mundo dos estudos de evolução humana quando seus fósseis foram descobertos na ilha indonésia de Flores, e descritos em 2004. Ali estava um hominídeo adulto com um metro de altura e o menor cérebro conhecido na linhagem humana. Essa criatura viveu há 18 mil anos e possivelmente só se extinguiu há 12 mil anos, tendo coexistido com humanos modernos. O fato de haver outras espécies anãs na mesma ilha, como elefantes menores que uma vaca, fez os descobridores do H. floresiensis teorizarem que lá a evolução andara "para trás", reduzindo o tamanho dos mamíferos.
Pouco depois da descoberta do "Hobbit", cientistas rivais passaram a sustentar que ele não passava de um Homo sapiens comum com microcefalia, doença que reduz o tamanho do crânio. Começava ali uma guerra acadêmica.
Na semana passada, uma dupla de médicos australianos apresentou uma nova hipótese para mostrar que os "Hobbits" não seriam uma outra espécie. Eles seriam, disseram, Homo sapiens com desnutrição crônica -"gabirus", apelidado dado a pessoas com esse problema no Nordeste do Brasil.
Nesta semana, a identidade do H. floresiensis leva uma nova bordoada: cientistas da África do Sul e dos EUA afirmam, com base em esqueletos achados em cavernas de Palau, que os Hobbits não precisavam ser uma espécie diferente nem uma população doente para ter aquele tamanho. Eles podem simplesmente ter