Mito n°1
A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente
Esse mito é o mais sério de todos, pois faz o povo acreditar que existe unidade linguística. Embora a língua falada é adotada como idioma oficial pela nação brasileira seja a Língua Portuguesa, ela apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade devido à grande dimensão territorial e à grande injustiça social.
A língua é viva e o seu povo é que a faz e a transforma. Uma homogeneidade, diante dessas circunstâncias, não pode ser garantida.
O Brasil, é um país que ultrapassa 200 milhões de habitantes, com grande desigualdade social, gerando o acesso as redes de ensino um privilégio de poucos. Considerar a língua portuguesa somente quando usada na forma culta que se aprende nas escolas, está considerando aos que não tem estudo (infelizmente grande maioria da população) um povo sem “língua”?
A diversidade linguística existente no país é muito grande. Cada região, ciclos sociais, usam palavras, expressões muitas vezes diferentes.
Ex: Nordeste:
ABISCOITADO - Maluco, desorientado, APERREAR
- Encher o saco. TOCAR A BOMBA - Falar mal de alguém. Sul:
Chinelão – pessoa baixo nível, Tri massa – muito bom, Bah – expressão de espanto, diminutivo de
“barbaridade”.
Gays:
Amapô – Mulher, Neca - órgão genital masculino,
Fazer ”A egípcia” – Ficar indiferente, superior.
(Remete às imagens das figuras antigas, de perfil.)
Naja – Fofoqueira, que adora um intriga
“A Constituição afirma que todos os indivíduos são iguais perante a lei, mas essa mesma língua é redigida numa língua que só uma parcela pequena de brasileiros consegue entender. A discriminação social começa, portanto, já no texto da
Constituição.” (Maurizzio Gnerre)