Mississipi em chamas
Esta frase foi retirada de um trecho da conversa emocionada de uma das personagens do filme Mississipi em Chamas, e sintetiza muito bem o grave problema da intolerância em nível mundial.
Assistindo aos acontecimentos do filme é de chocar que a sociedade seja capaz de matar pessoas á sangue frio, apenas, por suas ideologias de igualdade ou por sua cor da pele diferentes. Não podemos deixar-nos iludir pelo fato de que o contexto da película ocorreu na década de 60 e pensarmos que os tempos são outros, porque se focarmos os fatos recentes, veremos que o ser humano hoje, é capaz sim, de agredir e matar outros pelos mesmos motivos torpes.
A história do índio Galdino (que havia ido á Brasília participar das comemorações do Dia do Índio levando as reivindicações de sua tribo aos nosso governantes) que dormia num ponto de ônibus e foi queimado vivo por um grupo de jovens de classe média-alta, está muito próxima dos acontecimentos vistos no Mississipi. Os jovens que alegaram só querer brincar e dar um susto em Galdino, achando se tratar de um mendigo, - quer dizer que mendigo pode né? - cometeram um crime hediondo, porém, pegaram penas extremamente brandas, já que suas famílias fazem parte da elite dominante de nosso país, aquela que detêm o poder econômico-político. O caso que ficou um bom tempo na mídia, escancara em nosso país “tupiniquim” - irônico, não? - a desumanidade cruel advinda por nossas diferenças sociais, políticas e econômicas.
Os vários ataques contra gays, ocorridos na avenida Paulista, tomam conta do noticiário e ilustram um claro caso de impedimento da plena cidadania. Eles foram atacados e espancados depois de sair de uma balada. Estavam simplesmente exercendo seu direito de ir e vir ao caminhar pela avenida, no máximo podem ter demonstrado carinho mútuo em público, mas foram alvo de hostilidades devido a incapacidade da sociedade de reconhecer e respeitar as diferenças dos