Minhas Infancias
Deixam-me com os olhos marejados
Em especial da simples vida no sítio
Momentos na memória eternizados
Guardo-os como preciosas relíquias Aqueles felizes dias do meu passado !
Foi um tempo por demais abençoado
Quando eu na chuva brincava
E nos barrancos escorregava
Caminhava em meio à verde floresta
E lindos cantos da passarada escutava !
Era belo de se ver, era de se admirar
No pomar os laranjais produzindo
No campo as vaquinhas mugindo
A galinhada no terreiro cacarejando
Rodeadas por seus pequenos pintinhos
E na madrugada o galo índio cantando
Imitado pelo galizé, o galinho !
Na primavera surgiam as borboletas
Multicoloridas, azuis, amarelas e pretas
Colorindo ainda mais os verdes bosques
Lindas, soltas, colossais e perfeitas
Que as flores nas estradas iam beijando E assim, a natureza mais enfeitando !
Lembro-me ainda dos corujões nas noites Em rasantes no quintal sobrevoando
E dos vaga-lumes bailando no ar
Com suas verdes luzes piscando
Tal como raios de esmeraldas
Que as sombras da noite iam clareando ! Esse mesmo sol que hoje vejo
Eu o via no horizonte nascendo
E com seus raios ia aquecendo
As verdes campinas orvalhadas
E evaporando a névoa nas estradas
E esquentando o clima frio do inverno
Em épocas de congelantes geadas !
A paisagem era adorada, maravilhada
Por coqueirais era enfeitada As estrelas e a lua cheia eu admirava
Que do firmamento a noite iluminava
Parecia um paraíso encantado Um presente que Deus havia me dado !
Creio que essas lembranças jamais morrerão
Dessa linda infância da minha vida
Que só de alegrias foi preenchida
Proporcionadas por fantasias, diversões e festas
Entre os campos, cascatas e florestas Daquele inesquecível e adorado paraíso Ah!... Recordar é viver e viver é preciso !!
Minha infância foi um misto,
De alegria e sofrimento,
Como toda criança brincava,
Mas também se preocupava,
Com os acontecimentos.
Meu pai,