Mimesis
Nesta aula, analisou-se a Poética de Aristóteles. Começou por se indicar a estrutura e os conteúdos tratados nesta obra. Determinadas quais as artes poéticas mediante o conceito de mimesis, atentou-se à divisão destas em espécies, de acordo com os critérios dos meios (aspectos materiais da linguagem), dos objectos e dos modos. Segundo o critério do objecto, a poesia imita homens a agir, o que torna a acção um constituinte absolutamente central da poesia. A propósito do modo de imitar cada um dos objectos,
Aristóteles distingue o modo dialógico - próprio da tragédia, da comédia e também da épica - do modo diegético - próprio da poesia lírica. Porém este último modo de imitar não é muito recorrente na Poética, porque não veicula tão bem o dinamismo da acção quanto o modo dialógico.
Considerou-se também a explicação do filósofo para a origem da poesia, isto é, as causas antropológicas que identifica para a poesia – uma das causas é a propensão natural dos homens para imitar (qualidade que os distingue dos demais seres irracionais), a outra, é o comprazimento sentido nas imitações, que se funda no reconhecimento. Seguidamente, abordou-se a definição de comédia que é a imitação de caracteres viciosos e que caem no ridículo e também a célebre definição de tragédia:
“A tragédia é a imitação de uma acção elevada e completa dotada de extensão, numa linguagem embelezada por formas diferentes em cada uma das suas partes, que se serve da acção e não da narração e que, por meio da compaixão e do temor, provoca a purificação de tais paixões.”1 (1449b, 24-27)
A partir da definição de tragédia constatou -se que os seus elementos constitutivos são o mythos (enredo), os caracteres, a elocução, pensamento, espectáculo e música. De stes tem primazia o conceito de mythos, que é “a alma da tragédia”, porque exprime o dinamismo da acção e é através dele que a mesma se desenrola, por outro lado, os seus
critérios