MILITARISMO
Segundo Pomar, lucraram muito com a ditadura militar no Brasil, de diferentes formas, os que investiram para que ela acontecesse, via golpe militar de 1964, e consequente derrubada do presidente eleito João Goulart. Dela se beneficiaram o governo dos Estados Unidos (EUA), capitalistas de lá e de cá, latifundiários, e os generais e coronéis brasileiros, responsáveis pela implantação e manutenção dos 21 anos de Terror de Estado que sofremos no Brasil.
A ditadura militar brasileira cometeu vários crimes, que afetaram milhares de pessoas (inclusive muitos militares) através das atrocidades conhecidas, da censura à imprensa e às manifestações culturais, da repressão às atividades sindicais etc. Mas o principal, em quantidade de população atingida, foi que ela permitiu, aos capitalistas norte-americanos e brasileiros e os latifundiários, apropriarem-se legalmente do Estado para suas atividades, e, através dele, obterem lucros e patrimônios imensos, impedirem a Reforma Agrária, e manterem as classes trabalhadoras sob arrocho salarial, justo no período de extraordinário crescimento da economia.
O modelo brasileiro para a exploração capitalista era tão bom na época, que serviu de exemplo para os EUA em toda a América Latina: a partir do golpe de 64 no Brasil, promoveram uma sucessão de golpes militares em todos os países do continente. A propaganda anticomunista permanente, desde o final da 2ª Guerra Mundial, produziu efeitos sobre parte das populações desses países, que apoiaram os golpes militares no início, temendo tornarem-se vítimas de “ditaduras comunistas”, mas acabaram sob as ditaduras militares fascistas.
Ainda está por ser feito o levantamento completo dos ganhos das empresas norte-americanas no Brasil naquele período, tanto de indústrias, como de mineradoras. Os jornalistas Gerard Colby e Charlotte Dennett, autores de “Seja feita a vossa vontade – A conquista da Amazônia: