Militar
Ordenanças
As ordenanças tinham uma estrutura simples e funcional: para cada localidade era nomeado um Capitão-mor, encarregado do alistamento de todos os moradores da região sob seu comando. Devia detalhar as qualidades de cada um, suas posses e se tinham cavalos para montaria. Do alistamento estavam isentos os menores de dezoito anos e os maiores de sessenta, os padres e os magistrados régios.
O Capitão nomeava dentre os inscritos alguns para a função de Cabo, e os encarregava de escolher vinte e cinco subordinados. No caso de emergência, essa Esquadra se juntava a outras e formavam uma Companhia, que se reunia à porta do Capitão. Além do Capitão, cada Companhia possuía um Alferes, um Sargento, um Meirinho, um escrivão, dez Cabos e 250 Soldados. Inicialmente, à reunião de quatro companhias dava-se o nome de Terço. Esse, por sua vez, era comandado por um Mestre de Campo e um Sargento-mor.
Muitos desses Capitães recebiam suas patentes, sinônimo de honra e privilégio, em função do papel repressor desempenhado frente às prisões de criminosos e infratores, principalmente bastardos, carijós, mulatos, negros e peões, aos quais, muitas vezes, além de castigos físicos se impunha a pena de morte.
Mesmo com advertências formais, o que realmente acontecia em muitas partes, sobretudo nas mais retiradas, era a presença do Capitão-mor das ordenanças como um verdadeiro delegado de polícia que punia criminosos e prevenia infrações. Posteriormente, o próprio Rei se utilizará de forma intensiva e regulamentada dos serviços dos Capitães-mores na repressão aos