Milagre econômico no brasil
No início da década de 1960, o Brasil encontra-se ainda sob efeito de pesados investimentos realizados no Plano de Metas do governo JK. A quantidade de inversões realizadas, sobretudo, em infra-estrutura (construção de Brasília) e na indústria automobilística foi capaz de gerar empregos em larga escala. Contudo, a partir de 1962, os efeitos destes volumosos investimentos já eram sentidos e a capacidade ociosa gerada somada às altas taxas de inflação e a dívida externa corroboravam o cenário de recessão. A conjuntura política também não era das mais favoráveis, pois Jânio Quadros renunciara após oito meses como presidente da república e em seu lugar, João Goulart, enfrentou forte crise, de um lado pelo populismo e de outro pela questão do sistema parlamentarista ou presidencialista com este ultimo sendo escolhido. Este episódio político não pode ser tratado de maneira irrelevante, pois alguns autores conservadores como Mário Henrique Simonsen chegam a atribuir o início da crise à instabilidade política e com isso a diminuição dos investimentos[1]. Em 1963, ainda no governo Jango, Celso Furtado realiza o Plano Trienal que possui como objetivo, em primeiro lugar, o diagnóstico dos problemas enfrentados até o momento. Segundo esta interpretação existem desequilíbrios estruturais inerentes ao baixo crescimento e o principal deles, aliás, que perseguirá quase todos os planos ao longo de décadas, é a inflação. O setor externo já não era o condicionante do desenvolvimento e não se tem clareza sobre a percepção do esgotamento do processo de substituição de importações, desta forma o governo compreende a necessidade de realização de investimentos com esta perspectiva. A falta de precisão ao diagnosticar a inflação não permitiu que esta fosse combatida de maneira eficiente, pois o Plano Trienal atribui este problema ao aumento de preços do setor externo e aumento do gasto do governo; com intuito de corrigi-la eleva-se o