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A ‘belle époque’ de Manaus
Casa de governador do Amazonas no século XIX é reconstruída e vira museu

Vestidos a caráter, atores fazem um sarau e contam histórias sobre a extração da borracha e sobre os antigos moradores da casa.
Em pleno século XIX, o maranhense Eduardo Ribeiro (1862-1900), negro e pobre, resolveu ser jornalista. Foi aluno de Benjamin Constant (1836-1891) e colega de trabalho de Aluisio Azevedo (1857-1913). Mudou-se para Manaus e acabou virando governador do estado do Amazonas. Como se não bastasse, ele ainda foi o responsável por uma grande transformação na capital, que passou a ser conhecida como “Paris dos trópicos”. Mais de cem anos depois, é inaugurada a Casa Museu Eduardo Ribeiro. A antiga residência, que estava em ruínas, foi reconstruída e restaurada, com móveis e decoração da época. Além disso, o acervo tem documentos como o álbum de fotos da cidade feito em 1901 e exemplares originais de duas Constituições do estado.

“Manaus era uma aldeia. Ele transformou a cidade. Fez um plano urbano, trouxe água encanada, luz elétrica, telégrafo. Construiu o porto, o Teatro Amazonas, o Palácio da Justiça, o Palácio do Governo. Também reformou e modernizou o ensino, a saúde, e aumentou a arrecadação do estado com um plano de gestão financeira”, conta Robério Braga, secretário de Cultura do estado do Amazonas e curador do museu.

Construída no período da economia da borracha (1880-1914), a casa de três andares fica a pouco mais de cem metros do Teatro Amazonas (1881), no centro histórico de Manaus. Depois de ser residência de Ribeiro, ainda foi ocupada pela família do engenheiro Bretislau de Castro, por repartições federais de saúde e pelo Conselho Regional de Medicina. O térreo hoje é a sede da Academia Amazonense de Medicina, onde funciona um Museu Digital. Alguns cômodos foram dedicados à história de Bretislau de Castro, com documentos variados, como fotos da família.

“A casa estava abandonada, em ruínas, e só tinha quatro

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