Miguel
No decurso das campanhas militares em que participou como cavaleiro dessa Ordem, chegou a estar cativo em Argel e viajou pelo Oriente e pelas Américas. Entre os anos de 1584 e 1586 casou com D. Madalena de Vilhena, mulher de D. João de Portugal, que tinha desaparecido em Alcácer Quibir.
Em 1600, já como capitão-mor de Almada, incendiou o seu palácio, não permitindo assim que os governadores do reino, fugindo à peste que grassava em Lisboa, nele se alojassem.
Depois da morte de sua única filha, D. Ana de Noronha, Manuel de Sousa Coutinho e sua esposa decidem abraçar a vida religiosa, em 1613, ele no Convento de São Domingos, em Benfica, e ela, no Convento do Sacramento. Um biógrafo atribuiu esta decisão à notícia de que D. João de Portugal se encontrava, afinal, vivo, tornando ilegítima a união do casal, hipótese essa que foi aproveitada por Garrett no seu célebre drama Frei Luís de Sousa. Mas esta razão apontada por Garrett carece de bases históricas.
Como era prática usual nas ordens religiosas, ambos mudaram de nome ao ingressar na vida religiosa: ele passou a ser conhecido por Frei Luís de Sousa e ela por sóror Madalena das Chagas.
Como dominicano, Frei Luís de Sousa exerceu os cargos de enfermeiro e de cronista da Ordem, tendo escrito, com o material deixado por frei Luís das Cácegas, a Vida de Frei Bartolomeu dos Mártires (1619), obra que se insere na literatura hagiográfica e conventual da época e que, a par de fornecer dados importantes sobre a vida portuguesa no século XVII, se destacou da produção contemporânea pelas suas qualidades literárias. Procurou recriar, com inconfundível sabor, a vida quotidiana do meio e do tempo em que se moveu, conferindo às