"Migrações internas: considerações teóricas sobre o seu estudo".
A idéia central do texto é que as migrações internas são decorrentes tanto de aspectos históricos e institucionais como de mudanças estruturais e espaciais da economia. Devem ser vistas sob a ótica de um processo global, sendo caracterizadas como um processo social em que a unidade atuante não é o individuo, mas o grupo e/ou classe social. Assim, o autor estabelece estreita relação entre migrações e industrialização.
O autor vai tecendo algumas hipóteses e constatações ao longo do texto. Primeiro, formula a “hipótese da existência de tipos historicamente definidos de migrações, condicionadas pela industrialização”(p.29). A industrialização modifica as técnicas de produção e a divisão social do trabalho. A transferência de atividades do campo para a cidade faz parte da exigência técnica da produção industrial. A concentração de capital leva à aglomeração espacial das atividades e à urbanização, mas as características institucionais e históricas devem ser levadas em conta. A industrialização não é um processo espontâneo, mas é influenciada por arranjos institucionais que agem na dinâmica econômica.
Outro ponto destacado, as desigualdades regionais são as grandes propulsoras das migrações internas ligadas à industrialização. Assim, o autor fala de fatores de expulsão que levam às migrações: os fatores de mudança e de estagnação. Os fatores de mudança fazem parte do próprio processo de industrialização e provoca uma emigração ampla, diferente dos fatores de estagnação, mas os dois se referem às áreas rurais e ao fluxo de pessoas. O quadro institucional pode ser usado a fim de levar ao desenvolvimento regional de áreas estagnadas, desequilíbrio “criado pelo próprio processo de industrialização institucionalmente condicionado”(p.39)
O autor aborda sobre os fatores de atração que orientam os