Migrações forçadas na Africa
Uma realidade histórica e atual muito mais abrangente. As migrações forçadas são a expressão das turbulências mais profundas das sociedades africanas. Séculos de tráfico de escravos incentivaram guerras internas que resultaram não somente em migrações forçadas intercontinentais, mas também em genocídios, deportações, deslocações e migrações internas. Na sequência da ocupação efetiva, na viragem do século XIX, os poderes coloniais assumiram o controlo dos movimentos das populações, resultando em migrações forçadas mais ordenadas e subjugadas aos interesses económicos (apropriação de terrenos férteis pelos colonos, fornecimento de mão-de-obra para as indústrias extrativas, etc.).
Migrantes forçados e refugiados em África
São migrantes forçados os indivíduos que se deslocam do seu local de residência atual, propulsionados por fatores externos e alheios à sua vontade, sejam estes resultantes da ação humana ou de fenómenos naturais, sendo, à luz do direito internacional, refugiados os que atravessaram uma fronteira internacional e deslocados internos os que permanecem dentro do país. Os migrantes forçados tornaram-se na categoria populacional com o crescimento mais rápido a nível mundial. A população ao cuidado do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, constituída por refugiados, deslocados internos, requerentes de asilo e pessoas sem Estado, passou de cerca de dois milhões em 1951 para trinta e quatro milhões em 2008. Destes, dez milhões encontram-se em África, sendo três milhões refugiados e sete milhões deslocados internos, não contando os milhões de refugiados clandestinos e os deslocados por projetos de desenvolvimento, pela