Migração para o trabalho: uma análise da migração laboral em boa vista e pacaraima (roraima-brasil) e santa elena do uairen (estado bolívar-venezuela)
Francilene dos Santos Rodrigues, UFRR Email. francerodrigues@yahoo.com.br
Recife-PE 2009
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MIGRAÇÃO PARA O TRABALHO: UMA ANÁLISE DA MIGRAÇÃO LABORAL EM BOA VISTA E PACARAIMA (RORAIMA-BRASIL) E SANTA HELENA DO UAIREN (ESTADO BOLIVAR-VENEZUELA)
Resumo
Os processos migratórios são complexos por envolverem aspectos de fronteira nacional, soberania e processos de transculturação. Roraima e Bolívar inserem-se nesse contexto por serem ao mesmo tempo estados de fronteira interna, fronteiras internacionais e fronteiras culturais produzidas pela e na diversidade tanto nacional quanto internacional, que se expressam nas identidades étnicas, nas linguagens, nos credos e culturas. Os deslocamentos populacionais nesse espaço de fronteiras podem ser sintetizados em três movimentos: O primeiro movimento migratório de brasileiros para a Venezuela corresponde aos anos 1970, quando brasileiros emigraram para atuarem na mineração. O segundo movimento, inicia-se nos anos 1990, com a emigração de homens e de algumas mulheres para juntarem-se aos companheiros e atuarem na mineração em atividades secundárias. O terceiro movimento constituiu-se, a partir dos anos 2000, em que aumentou consideravelmente a emigração de mulheres para trabalharem no comércio local, nos restaurantes, no ramo do embelezamento.
Palavras-chave: migração laboral– fronteiras - Brasil\Venezuela
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Introdução
Este paper1 tem como objetivo abordar o processo migratório e a constituição de um mercado segmentado de mão-de-obra nas zonas fronteiriças do Brasil e da Venezuela, bem como na cidade de Boa Vista considerada uma extensão desse espaço de fronteira internacional (Santa Elena do Uairén) e da República Cooperativa da Guiana ( Lettem). A globalização e a conseqüente criação de blocos regionais têm operado na dinamização dos deslocamentos