Migração do consumidores hiper vs. super - 2008
Um mercado para chamar de seu
As grandes redes de varejo investem em pequenas lojas de bairro – e elas estão atraindo freqüentadores dos hipermercados
Julia Duailibi e Marcos Todeschini
Fotos Lailson Santos Sylvia Leão comanda os mercados de bairro da rede Extra: "As pessoas buscam uma compra rápida"
Pequenos mercados de bairro, aqueles em que todo mundo se conhece como numa cidade do interior, dominavam o cenário nas metrópoles brasileiras até a década de 70. Foi quando surgiram os primeiros hipermercados. As pessoas começaram a excursionar em família para conhecer tais lojas, atraídas pela novidade e por duas de suas características: grande quantidade de produtos no mesmo lugar e preços mais baixos. Uma nova pesquisa mostra que esse grupo de brasileiros, tão ávido por carrinhos abarrotados e despensa cheia, vem encolhendo, ao passo que cresce o dos freqüentadores daqueles pequenos mercados de bairro. Os números, reunidos pela Associação Brasileira de Supermercados, refletem isso. Em 2007, as lojas menores, de até 1 000 metros quadrados, se esparramaram no país a um ritmo três vezes maior que o registrado pelos hipermercados. Enquanto todo o varejo de alimentos cresceu 3%, só o faturamento dos mercados de bairro subiu mais que o dobro: 7%, chegando a 40 bilhões de reais. Há, no entanto, uma diferença fundamental entre as novas vendinhas e as do passado: quem está no comando não são comerciantes amadores, mas os três líderes no varejo de alimentos do país: Carrefour, Pão de Açúcar e Wal-Mart. Juntos, eles têm 77 dessas lojas. Em cinco anos, serão 612. Resume Sylvia Leão, diretora de operações da rede Extra, do Grupo Pão de Açúcar: "As lojas de vizinhança são hoje nossa prioridade".
Para as grandes redes, apostar nos minimercados é, antes de tudo, uma maneira de reaver clientes que começavam a migrar para o comércio de bairro. Elas também colocam dinheiro num negócio que já se provou rentável: enquanto a margem de lucro num