Midia sobre o esporte
Quando despertamos para a temática do esporte na televisão, impressionamo-nos com o enorme volume de informações, de imagens, de referências feitas ao esporte na programação televisiva. O esporte aparece em tudo; não só nos programas e noticiários especificamente esportivos, onde é produto espetacular, mas nos filmes, programas de auditório, de entrevistas, desenhos animados, anúncios publicitários, telenovelas e seriados.
A associação entre o esporte e a mídia, em especial a televisão, vem alterando progressiva e rapidamente a prática do esporte e a percepção que dele temos. Trabalhando com a lógica da espetacularização, a televisão fragmenta e descontextualiza o fenômeno esportivo, construindo uma realidade textual autônoma: o esporte telespetáculo. É premente a necessidade dos educadores refletirem sobre as repercussões deste processo, superando as posições dicotômicas enraizadas entre os "apocalípticos" e os "integrados". Este trabalho objetiva realizar uma interpretação do discurso televisivo sobre o esporte, com base na hermenêutica de Paul Ricoeur, refletindo criticamente sobre suas repercussões na Educação Física enquanto uma prática educacional. A interpretação hermenêutica é definida como uma dialética entre a compreensão e a explicação, que leva à superação da intenção do autor pelo sentido do texto.
Tal interpretação exige considerar tanto o conteúdo quanto a forma da linguagem televisiva, tanto a imagem como a fala.
A primeira fase da interpretação hermenêutica constitui-se de uma compreensão inicial da experiência do ser-telespectador do esporte, compreensão que é global, e se faz por conjecturas. Para tal, foram assistidas cerca de 100 horas de programação televisiva previamente gravadas, que continham discursos sobre o esporte, numa variedade de gêneros televisivos.
Destacaram-se nove direções do discurso televisivo: "a falação", "cotidiano", "ao vivo", "nostalgia", "adrenalina!",