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Floresta ou deserto verde?
A controvérsia em torno dos impactos das monoculturas de eucalipto
Lílian Alves Gomes – [e-mail]
Lívia Froes – [e-mail]
Graduandas do curso de Ciências Sociais pela UFMG
RESUMO: Minas Gerais possui o maior corredor contínuo de plantações de eucalipto do mundo. Motivo de orgulho para uns, para outros essa imensidão é preocupante. O tamanho da polêmica em torno da espécie é proporcional a essa vastidão de terras. À luz de reflexões de Bruno Latour, abordaremos o eucalipto como mais do que uma espécie natural.Buscaremos mostrar como essa árvore é mobilizada, especialmente através da mediação da ciência pelos diversos agentes envolvidos nos inflamados debates.
Palavras-chave: Controvérsia, vínculos de risco, plantações de eucalipto.
ABSTRACT: Minas Gerais has got the largest eucalyptus plantation of the world. The debate around this plantation is just as big as its size area. Inspired by Bruno Latour’s theories and reflections, this article aims to deal with this polemical issue, and shows how various agents dip into science in ways to confirm their arguments.
Keywords: Controversy, eucalyptus plantation.

Sobre o eucalipto e como ele chegou e (ficou) por aqui
O gênero Eucalyptus inclui mais de setecentas espécies, quase todas originárias da
Austrália. São árvores de rápido crescimento, introduzidas no Brasil em 1904, com objetivo de suprir as necessidades de lenha, postes e dormentes das estradas de ferro na região
Sudeste. Em Minas Gerais, estado de história fortemente atrelada à exploração mineral, as plantações de eucalipto foram intensificadas por volta de 1970, com vistas a atender a demanda de carvão vegetal para as siderurgias do estado. Isso porque se nos séculos XVIII e XIX a ambição exploratória dirigia suas atenções às pedras preciosas e ao ouro, atualmente a grande vedete da mineração é o minério de ferro. Sua exploração teve início

no século XIX, e hoje seu destaque pode ser explicado pelo