Microbiologia ruminal
Os ruminantes são animais que possuem um estômago multicavitário, ou seja, dividido em compartimentos denominados de rúmen, retículo, omaso e abomaso. Os três primeiros possuem função associada ao processo fermentativo e o abomaso apresenta características similares ao estômago dos animais monogástricos. Essas estruturas anatômicas permitem a realização do processo de fermentação conferindo a esses animais o aproveitamento da fração fibrosa dos vegetais. No entanto, os ruminantes não produzem as enzimas necessárias para a digestão desta fibra, porém permitem que microrganismos capazes de produzir tais enzimas se desenvolvam em seu rúmen, sendo esta população composta por bactérias, protozoários e fungos.
A celulose e outros polissacarídeos presentes na parede celular de vegetais, constituem a maior fonte de energia para os animais herbívoros. E sua degradação é o resultado da simbiose entre estes animais e sua microbiota. Estes microrganismos também utilizam o nitrogênio não-protéico para a síntese de aminoácidos, sintetizam vitaminas e produzem os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), que são os ácidos acético, butírico e propiônico.
O estabelecimento desses microrganismos no rúmen ocorre após o contágio dos animais recém-nascidos com sua mãe (por exemplo, o ato de a vaca lamber sua cria), com a ingestão de alimentos contaminados e, além disso, o esterco presente no piso do curral, nos pêlos, nas tetas, etc., está dentre as principais fontes de contágio, assim como o solo e as pastagens.
BACTÉRIAS
É a população mais diversificada do rúmen e seus principais grupos são relacionados com a degradação da fibra vegetal.
Bactérias fermentadoras de carboidratos estruturais (Celulolíticas)
Associam-se às fibras dos alimentos e degradam os componentes da parede celular dos vegetais, particularmente a celulose e a hemicelulose, as principais espécies são Ruminococcus flavefaciens, Ruminococcus albus e o fibrobacter succinogenes. Estes