Michel Foucault

Depois da Revolução Industrial e a Revolução Francesa, surgiram na sociedade novos hábitos, valores, novos pensamentos e práticas sociais. Com tudo isso acontecendo, o filósofo, historiador, crítico e ativista político francês, Michel Foucault também participou dessa transformação, onde as instituições sociais do Antigo Regime abriram espaço para um novo sistema de organização. O interesse desse importante filósofo, era voltado para as condições de surgimento de novos saberes, ou seja, a ciência, como a biologia, a economia política, a psiquiatria e claro, a sociologia. A forte influência progressiva desses novos saberes, levaram a sociedade, segundo Foucault, à consolidação de um modelo peculiar de organização social: as "sociedades disciplinares" dos séculos XIX e XX.
No livro "Vigiar e Punir: nascimento da prisão", escrito por Michel, ele retrata a emergência dessa nova fase, com suas lógicas de controle e penalização, mostrando-nos como, a partir dos séculos XVII e XVIII, ocorreu o "desbloqueio tecnológico da produtividade do poder". Esse desbloqueio teria permitido o estabilidade de procedimentos de controle, que eram mais eficazes e mais barato. Isso não ocorreu apenas nas prisões, mas também em outras instituições onde buscavam o estudo do indivíduo constantemente.
No Antigo Regime quem não era capaz de se submeter as normas - os "normais" -, eram excluídos da sociedade. Esse grupo de exclusos, viviam com outros que eram considerados "maus", "loucos" e até "doentes." Foucault lembra também que foi a partir do século XVIII que se iniciou um processo de organização e classificação científica dos indivíduos, que veio garantir uma nova forma de disciplinar e controlar a sociedade. Na qual cada "anormalidade" era identificada e encaixada em um complexo quadro de "patologias sociais". Estamos tão acostumados a depender desses saberes especializados e a conviver com os espaços que lhes são próprios que muitas vezes nos esquecemos de que nem sempre eles