Michel foucault, a sociedade do controle e os testes de revista
Por Beatriz Limeira
“Duas imagens, portanto da disciplina. Num extremo, a disciplina - bloco, a instituição fechado, estabelecido à margem, e toda voltada para funções negativas: fazer parar o mal, romper as comunicações, suspender o tempo. No outro extremo, com o panoptismo, temos a disciplina - mecanismos: um dispositivo funcional que deve melhorar o exercício do poder tornando-o mais rápido, mais leve, mais eficaz, um desenho das coerções subtis para uma sociedade que está por vir. O movimento que vai de um projecto ao outro, de um esquema da disciplina de excepção ao de uma vigilância generalizada, repousa sobre uma transformação histórica: a extensão progressiva dos dispositivos de disciplina ao longo dos séculos XVII e XVIII, sua multiplicação através de todo o corpo social, a formação do que se poderia chamar grosso modo a sociedade disciplinar.” ¹ Michel Foucault
O que será que vem a mente das pessoas quando elas pensam em poder? Será que todos os indivíduos o reconhecem e analisam da mesma forma? O filósofo francês Michel Foucault desenvolve, dentre seus trabalhos, um estudo sobre o poder; sobre como ele se manifesta na sociedade; sobre como as pessoas são afetadas por ele. Primeiramente, Foucault afirma que o poder não é uma coisa e nem uma propriedade, que ele não está localizado nem no governo e nem no Estado, e que tampouco está num lugar, num individuo ou numa instituição. Segundo ele, o poder está em tudo, e assim sendo, permeia toda a sociedade. A partir daí, o natural é se perguntar qual seria então a definição de poder dada pelo filósofo. Para Michel Foucault o poder se constitui de um conjunto de dispositivos de sujeição, que são ao mesmo tempo dispositivos de produção dos indivíduos. Ou seja, quando ele menciona a ideia de que os