Michel Foucaul e Norbert Elias

Michel Foucault & Norbert Elias por Andreia Ferreira
Mestrado em Desenvolvimento e Políticas Sociais, Universidade do Minho, Braga

Este pequeno texto pretende apresentar e explanar os conceitos e as ideias apresentas por Michel Foucault e Norbert Elias no que se refere à dominação e ao controlo das sociedades. Michel Foucault chamou-lhe de domesticação do homem, por se tornar dispensável o uso da força e da violência neste processo, já Norbert Elias refere a ideia do autocontrolo das pulsões (querendo aqui dar enfâse à agressividade), processo que se foi desenvolvendo ao longo da história e que acabaria por levar o homem a “dominar-se” a si próprio.
Michel Foucault apresenta uma sociedade disciplinar, sendo que os mecanismos de poder são entendidos não como exteriores às diferentes relações mas como substâncias a todas elas em simultâneo (Machado, s/d), o poder é portanto capilar e extensivo a todo o tecido social. Sendo a sociedade uma sociedade disciplinar o poder daí resultante é um poder produtivo, um poder que produz, induz e nos faz agir (Martins & Neves, 2000).
Para Foucault a domesticação do homem far-se-ia através do panótico. O panótico refere-se a uma estrutura arquitetónica, concebida por Jeremy Bentham em 1789, sendo readaptada em muitos contextos institucionais (Foucault, 1987).
O panótico é um edifício em anel, dividido em celas, com uma torre no centro. Cada cela é iluminada e aberta para o centro, o que torna visível todo o que aí acontece. Na torre central, um único vigilante, sem ser visto, pode ver tudo o que se passa em cada uma das celas (Foucault, 1987). O panótico transformou-se desta forma num subtil mecanismo de dominação, que “automatiza e desindividualiza o poder” (Martins & Neves, 2000; Foucault, 1987: 167).
Quem é objeto deste exercício de poder é contínua e totalmente visto na sua individualidade e quem exerce a vigilância vê tudo, sem nunca ser visto. O panótico assegura por isso, dois efeitos, o primeiro, separa a multidão