Mia Couto - Na berma de nenhuma estrada
António Emílio Leite Couto (Mia Couto) tem sua primeira formação académica em Biologia. Fez os estudos secundários na Beira e frequentou, de 1971 a
1974, o curso de Medicina em Lourenço Marques (actualmente, Maputo), onde
se vivia um ambiente racista muito vincado. Por esta altura, o regime exercia grande pressão sobre os estudantes universitários. O conjunto destas circunstâncias leva-o a colaborar com a FRELIMO (Frente de Libertação de
Moçambique), partido marcado pela luta pela independência de Moçambique de Portugal. Mia Couto foi desde 1974 e durante vários anos, director da
Agência de Informação de Moçambique, seguidamente dirigiu o jornal Noticias
de Maputo e a revista Tempo. É actualmente biólogo na reserva natural da
Ilha da Inhaca, em Moçambique.
Vida e obra
A
Mia Couto é considerado um dos nomes mais
importantes
da
nova
geração de escritores africanos que
escrevem em português. da sua
escrita,
numa
descoberta de novas palavras através da mistura entre o português "culto" e as várias formas e variantes dialectais introduzidas moçambicanas.
pelas
populações
obra
aborda
questões
relacionadas com a vida do povo
moçambicano, um dos mais pobres e martirizados persiste
Este estatuto deve-se à inventiva poética sua
do
uma
transmissão
da
mundo,
forte
onde
tradição
literatura
e
de dos saberes essencialmente por via oral.
Numa cultura onde se diz que "cada velho que morre é uma biblioteca
que arde", Mia utiliza uma escrita que liga a tradição oral africana á tradição literária
ocidental.
Essencial, num caso como noutro, é sempre a relação mais profunda entre o humano e a terra, entre um humano e outro humano.
Este livro contém uma compilação de trinta e oito textos que agrupou sob o título Na Berma de Nenhuma
Estrada e outros contos,