Meus trabalhos
Alexandre Koyré nasceu em 1892 na Russia, mas cresceu na França. Estudou em Göttingen, na Alemanha, com David Hilbert e Edmund Husserl. Teve a sua tese rejeitada por Husserl, o que o fez retornar a França.
Quando a 1ª grande guerra veio, Koyré se alistou no exército frances por sua própria vontade e acabou indo servir na Russia. Ao final da guerra passou a se dedicar à filosofia. Estudou os trabalhos de Descartes e Santo Anselmo sobre Deus, completando seu doutorado em filosofia da religião pela faculdade de letras de Paris.
É um homem de história curiosa, sem dúvida. De soldado a filósofo da religião, de filósofo da religião a historiador da ciência. Mesmo trilhando caminhos tão “divergentes” por assim dizer, é impossível separar a história da ciência de Koyré. Foi ele um dos grandes nomes que cunharam a grande Revolução Científica como o ponto central da disciplina.
Internalismo e externalismo.
Para entendermos a importância de Koyré, é preciso antes entendermos como era a história da ciência antes dele. A primeira geração de historiadores da ciência estava comprometida com os ideais positivistas, buscando na filosofia de Comte uma abordagem metodológica capaz de superar os limites da história convencional e produzir uma narrativa adequada para a história da ciência.
Neste projeto a ciência era estudada como um empreendimento isolado, ou seja, levava em consideração apenas os processos internos da atividade, ignorando completamente o contexto social de seus praticantes ou da própria prática.
Em 1930 os historiadores passaram a abandonar gradativamente esta abordagem. A historigrafia atual assume que é muito difícil compreender a história da ciência sem considerar seu contexto social. Um exemplo disso é o livro Galileu Cortesão, de Mario Biagioli, que foi usado no texto anterior sobre Galileu. Biagioli constrói sua narrativa mostrando que as práticas cortesãs influenciaram diretamente a ciência de Galileu.
Koyré não