Meu amigo jambeiro
Gilmar Rampinelli
Sou um admirador da natureza. Água, terra, animais, plantas... toda a natureza significa muito para mim. De todas as árvores, a que mais gosto é o Jambeiro. O Jambeiro, de longe com sua forma geométrica triangular, parece só ter folhas. Por natureza o Jambeiro tem uma folhagem fechada e densa. Quem quiser ver as flores e os frutos do Jambeiro, tem que conviver com ele, ser íntimo dele, chegar perto dele. Aí, olhando para dentro dele verá a florada mais linda, sentirá o perfume e saboreará do seu polpudo fruto.
Da varanda do apartamento que morávamos em Maceió-AL, meus olhos podiam contemplar vários Jambeiros, e isso, é claro, proporcionava-me grande prazer! Mas, em especial um Jambeiro chamava-me a atenção, pois, além de ficar na rua bem em frente ao prédio que morávamos, passava sob ele diariamente a caminho do trabalho ou do comércio local. Foi assim que nos tornamos amigos. Quase todos os dias, levantava-me pela manhã e logo que chegava na varanda, lá estava meu amigo saudando-me com um bom dia cheio de esperança, pois, se verde é a cor da esperança, era com suas folhas verdes que ele me saudava. Quando chegava a época da florada, santa anunciação dos frutos, que eram várias durante o ano, sob si o Jambeiro construía um belo tapete rosado, lindo! Maravilhoso! Que duravam vários dias. Era um espetáculo indescritível olhar da varanda e contemplar aquele quadro da natureza, onde o rosa das flores sobre o chão, contrastava com o verde das folhas, enchendo-me os olhos e a alma de prazer!
Numa manhã, quando passei debaixo do meu amigo Jambeiro, percebi um movimento diferente de homens no quintal onde vivia. Não demorei voltar e percebi que aquele movimento não era um movimento amigável de outros amigos como eu. Na verdade, era um movimento mais parecido com movimento militar, movimento armado, movimento de morte! Conversavam, planejavam, ordenavam uma ação que revelou-se uma ação devastadora. Cercaram o meu amigo, nas mãos