Metáfora e Metonímia
Quando se une um significante a um significado, temos um signo denotado; quando ao primeiro significado ajunta-se um segundo, temos um signo conotado.
Pode-se perguntar, então, por que não se pode falar simplesmente em troca de um significado por outro, mas se deve dizer que se acrescenta um segundo significado ao primeiro. Nesse caso, o que se está indagando é: que é que permite alterar os sentidos das palavras, dando a elas um valor conotado?
Em primeiro lugar, é preciso ter bem claro que se fala em acréscimo de significado, porque uma palavra não pode ter qualquer significado; é preciso que o segundo significado tenha alguma relação com o primeiro. Assim, a alteração de sentido pelo acréscimo de um novo significado deriva de uma relação que o produtor do texto vê entre o significado usual e o novo.
Essa relação pode ser de semelhança (ou de intersecção) ou de contiguidade. Há, pois, dois tipos básicos de mudança de sentido: a que se elabora por uma relação de semelhança entre o significado de base e o acrescentado, ou metáfora, e a que se faz por uma relação de contiguidade entre eles, ou metonímia.
Metáfora é, pois, a alteração do sentido de uma palavra, pelo acréscimo de um significado segundo, quando entre o sentido de base e o acrescentado há uma relação de semelhança, de intersecção, isto é, quando eles apresentam traços semânticos comuns.
Metonímia é, pois, a alteração do sentido de uma palavra ou de uma expressão pelo acréscimo de um significado segundo a um significado primeiro, quando entre ambos existe uma relação de contiguidade, de inclusão, de implicação, de interdependência, de coexistência. A sinédoque é um tipo de metonímia: ocorre quando se usa a parte para designar o todo ou vice- versa.
Há metáforas e metonímias, que, desgastadas pelo uso,