Metrópoles Desgovernadas

Após um longo período onde só havia espaço para o novo, surge uma nova fase de valorização do passado das cidades. A necessidade de preservar a memória urbana ganha força no cotidiano brasileiro que passa a pregar a preservação, restauração e revalorização. Para explicar essa tendência alguns autores acreditavam no fato de enfatizar as transformações que já existiam no imaginário ocidental ,há décadas .Outros acham que a causa foi a crescente e veloz globalização, o que deu origem a uma busca ansiosa de referências indentitários por parte da sociedade . Le Goff acreditava que a valorização se dava pelo fim da era do otimismo, iniciada com o iluminismo. Um tempo em que olhar para o passado era considerado atitude reacionária. Acontecimentos do séc. XX minaram a fé que existia no porvir. Apesar do progresso técnico e cientifico nos últimos três séculos, lembranças de guerras, fomes e holocaustos jamais seriam esquecidas, decepções com autodestruição da humanidade, emergência de crises ecológicas e o colapso do projeto de construção, diminuíram a expectativa de um futuro melhor. Neste período de transição a sociedade desconfiava do que o futuro lhe reservava e começava um período de revalorização do que foi construído em tempos passados. No séc. XX O projeto modernizador analisado por Machado fundamentou se na esperança de um futuro melhor e na rejeição do passado, na abolição de seus vestígios, olhou-se para o passado apenas para cimentar a identidade nacional que estava sendo preservada. A fé no país do futuro era uma ideologia bem sucedida no século XX,e cidades brasileiras foram transformadas com reformas urbanísticas. Esse futuro teve grande aceitação entre as elites modernizadoras do país. Nos dias de hoje vemos cidades tentando preservar o que sobrou de seu passado, o que demostra que muita coisa mudou na forma da sociedade brasileira se relaciona com suas memórias. Governos municipais têm trabalhado com objetivo da