Metrificação Triade Parnasiana

Olavo Bilac
Ouvir Estrelas
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizes, quando não estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas".
Alberto de Oliveira
Vaso Grego
Esta, de áureos relevos, trabalhadaDe divas mãos, brilhante copa, um dia,Já de aos deuses servir como cansada,Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.Era o poeta de Teos que a suspendiaEntão e, ora repleta ora esvazada,A taça amiga aos dedos seus tiniaToda de roxas pétalas colmada.Depois... Mas o lavor da taça admira,Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordasFinas hás de lhe ouvir, canora e doce,Ignota voz, qual se da antiga liraFosse a encoantada música das cordas,Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.
Olavo Bilac
Ouvir Estrelas
"O/ra/ (di/reis)/ ou/vi/r es/ter/las!/ Cer/to Per/des/te o/ sem/so!" E eu/ vos/ di/rei,/ no em/tan/to, Que/, pa/ra ou/vi/-las/ mui/ta/ vez/ des/per/to E a/bro as/ ja/ne/las/, pá/li/do/ de es/pan/to... E/ com/ver/sa/mos/ to/da/ noi/te, em/quan/to A/ Vi/a/ Lác/tea/, co/mo um/ pá/lio a/ber/to, Cin/ti/la. E, ao/ vir/ o/ sol/, sal/do/so e em/ pran/to, In/da as/ pro/cu/ro/ pe/lo/ céu/ de/ser/to. Di/reis/ a/go/ra/: "Tres/lou/ca/do a/mi/go! Que/ com/ver/sas/ com/ e/las?/ Que/ sem/ti/do Tem/ o/ que/ di/zes,/ quan/do/ não es/tão/ com/ti/go?" E eu/ vos/ di/rei/: "A/mai/ pa/ra em/tem/dê/-las! Pois/ só/ quem/ a/ma/ po/de/ ter/ ou/vi/do Ca/paz/ de ou/vir/ e/ de em/tem/der/ es/tre/las".
Alberto de Oliveira
Vaso Grego
Es/ta/, de áu/reos/ re/le/vos/, tra/ba/lha/daDe/ di/vas/ mãos/, bri/lhan/te /co/pa, um/ di/a,Já/ de aos/ deu/ses/ ser/vir/ co/mo/