Metologia
(Parágrafos 117 e 118)
Pensemos inicialmente em três dimensões do “conhecimento”: primeiramente como um mecanismo de compreensão e transformação do mundo, em segundo lugar como uma necessidade para a ação e, ainda, como um elemento de libertação. O conhecimento como um mecanismo de compreensão e transformação do mundo nos remete à reflexão sobre nosso mundo cultural. O mundo humano é um mundo construído pela cultura, pelos sujeitos humanos em sua relação entre si e deles com o ambiente em que vivem. Vivemos no mundo em constante atividade: observamos, sentimos e agimos, mas principalmente pensamos. Todos os nossos atos são acompanhados de pensamento, de reflexões sobre o observado, o sentido e o vivido. Então, necessitamos, além de viver no mundo, pensá-lo, compreendê-lo, isto é, conhecê-lo. Essa ação diferenciada de pensar o mundo e suas coisas é o movimento humano de dar significado a tudo, de compreender, da forma mais aprofundada possível, nossas relações com o mundo e com as coisas: “temos como pressupostos básicos que o conhecimento só nasce da prática com o mundo, enfrentando os seus desafios e resistências e que o conhecimento só tem seu sentido pleno na relação com a realidade”
Assim, o conhecimento torna-se a compreensão teórica do mundo e das coisas, ou seja, há uma elaboração no pensamento em busca de significado. Contudo, há também uma ação prática, pois a definição elaborada no pensamento conduz à ação, ao modo de agir sobre o mundo compreendido, ou seja, significado.
Nesse sentido, buscamos conhecer, significar e compreender todas as situações vividas: desde uma simples ação cotidiana, como tomar um banho ou cozinhar uma refeição, até as mais sofisticadas, realizadas por complicadas operações e procedimentos científicos, para desvendar os mistérios do funcionamento da vida em suas mais diversas dimensões. Todo conhecimento tem