metodologia
1.1 - ORIGEM DO ABORTO A prática ou não do aborto sempre foi um assunto constantemente discutido por estudiosos de todas as épocas. As controvérsias sobre o exato momento da concepção, pressuposto fundamental para o aborto, acarretou na permissão do aborto do feto inanimado, sem alma, na Grécia antiga. Há mais de dois milênios o aborto foi tratado por Aristóteles por motivo demográfico, estabelecendo a prática do aborto desde que antes de se produzir no embrião a sensibilidade e a vida. Assim, o mesmo entendimento perdurou na Idade Media, conforme expôs Flávio Monteiro de Barros:
O direito canônico da Idade Média distinguia o feto animado e o feto inanimado. Entendia-se que a alma penetrava no feto a partir de 40 ou 80 dias após a concepção, conforme fosse do sexo masculino ou feminino. Santo Agostinho, inspirado em Aristóteles, incentivava essa distinção, que apenas incriminava o aborto contra feto animado, isto é, que já tivesse recebido a alma (BARROS, 1997, p. 61).
A propagação da prática do aborto na Antiguidade, portanto, se deu na dúvida pelo momento de surgimento da alma no corpo humano, o que tornaria o ser completo. No âmbito religioso, as discussões não foram diferentes, pois em determinado período baseou-se em Aristóteles, com a permissão do aborto em feto inanimado, em outro se proibiu qualquer espécie de aborto. Explica também Flavio Monteiro de Barros:
Em 1588, o Papa Sisto V pôs termo a essa distinção, aplicando para o aborto as mesmas penas do