Metodologia

612 palavras 3 páginas
Conhecer significava quantificar e medir a partir de um rigor científico que considerava o “não quantificável” como algo cientificamente irrelevante. Conhecer envolvia dividir e classificar para depois poder determinar relações sistemáticas entre o que se separou. Com Descartes (1560-1650) surgiu a idéia de que devemos dividir cada uma das dificuldades em parcelas para resolvê-las. Esse método analítico moderno, decorrente do racionalismo científico, era visto como a única abordagem válida do conhecimento, que deveria, então, ser fundamentado em um método de processos regulares, fixos e previsíveis.
A proposição moderna de legitimação do conhecimento estava voltada à formulação de leis estabelecidas a partir de regularidades observadas, com o intuito de prever o comportamento futuro dos fenômenos estudados para controlá-los. Essa idéia apoiou o mecanicismo, presente no pensamento europeu a partir do século XVIII, no período de ascensão da burguesia. Essa forma de pensar as ciências sociais ia ao encontro dos interesses da burguesia.
Na Modernidade, o cientista assumia um papel de observador neutro, capaz de controlar o seu fazer tendo em vista a objetividade necessária para a busca de verdades absolutas. O cientista não poderia ser afetado por aquilo que estava estudando, assim como evitava interferir no seu objeto de estudo. O conhecimento produzido era considerado como algo independente do sujeito que o produziu.
Para estudar os fenômenos sociais, como se fossem fenômenos naturais, seria necessário reduzir os fatos sociais às suas dimensões observáveis e mensuráveis. A crise que ainda atravessa o paradigma moderno povoou a ciência de dúvidas impertinentes a quem deseja a estabilidade e o conforto de postulados ordenadores. Segundo Boaventura Santos (2003), a crise do paradigma científico moderno é o resultado do grande avanço do conhecimento que o próprio paradigma propiciou, isto é, trata-se de uma crise gerada dentro da própria ciência. O modelo moderno

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