Metodologia
A proposição moderna de legitimação do conhecimento estava voltada à formulação de leis estabelecidas a partir de regularidades observadas, com o intuito de prever o comportamento futuro dos fenômenos estudados para controlá-los. Essa idéia apoiou o mecanicismo, presente no pensamento europeu a partir do século XVIII, no período de ascensão da burguesia. Essa forma de pensar as ciências sociais ia ao encontro dos interesses da burguesia.
Na Modernidade, o cientista assumia um papel de observador neutro, capaz de controlar o seu fazer tendo em vista a objetividade necessária para a busca de verdades absolutas. O cientista não poderia ser afetado por aquilo que estava estudando, assim como evitava interferir no seu objeto de estudo. O conhecimento produzido era considerado como algo independente do sujeito que o produziu.
Para estudar os fenômenos sociais, como se fossem fenômenos naturais, seria necessário reduzir os fatos sociais às suas dimensões observáveis e mensuráveis. A crise que ainda atravessa o paradigma moderno povoou a ciência de dúvidas impertinentes a quem deseja a estabilidade e o conforto de postulados ordenadores. Segundo Boaventura Santos (2003), a crise do paradigma científico moderno é o resultado do grande avanço do conhecimento que o próprio paradigma propiciou, isto é, trata-se de uma crise gerada dentro da própria ciência. O modelo moderno