Metodologia
CONCEITO DE PESQUISA
“À luz de Peirce, uma definição muito geral e sintética de pesquisa seria a seguinte: toda a investigação de qualquer espécie que seja, nasce da observação de algum fenômeno surpreendente, de alguma experiência que frustra uma expectativa ou rompe com um hábito de expectativa (CP 6.469). Quando um hábito de pensamento ou crença é rompido, o objetivo é se chegar a um outro hábito ou crença que se prove estável, quer dizer, que evite a surpresa e que estabeleça um novo hábito. Essa atividade da passagem da dúvida à crença, de resolução de uma dúvida genuína e conseqüente estabelecimento de um hábito estável é o que Peirce chamou de investigação.
Da generalidade dessa definição decorre que ela pode se referir a qualquer tipo de investigação e não apenas à científica. Entretanto, ela contém aquilo que se constitui no núcleo de qualquer pesquisa: livrar-se de uma dúvida, buscar uma resposta já é um processo investigativo (grifo nosso), ‘mesmo que seja imediato, assistemático e definido por traços puramente ligados ao senso-comum’ (BARROS e LEHFELD, 1988: 13). Toda pesquisa nasce, portanto do desejo de encontrar resposta para uma questão (grifo nosso). Aliás um tal desejo se constitui sempre na mola central de uma pesquisa, principalmente da científica, pois, sem esse desejo, o pesquisador fenece tragado nos desencantos das obrigações.
Por vezes, a pergunta que se busca responder é abstrata. Outras vezes, é prática e, até mesmo, urgente. De todo modo, só a pesquisa nos permitirá respondê-las. Nesse sentido, o esforço dirigido e o conjunto de atividades orientadas para a solução da questão abstrata ou prática ou operativa que se apresenta, resultará na aquisição de conhecimento, mesmo quando o esforço, as atividades e o resultante conhecimento se situam no contexto não especializado do nosso cotidiano. Se tem todos esses pontos em comum com a pesquisa em geral, o que faz, então, uma pesquisa ser científica?
Antes de tudo, a