metodologia e ciencia
O Brasil está carente de engenheiros, principalmente no campo técnico – focado na engenharia prática, longe das esferas administrativa, financeira e de consultoria. O país forma, em média,
40 mil profissionais por ano, enquanto a demanda é o dobro disso.
Do total de formandos, apenas um terço atua na parte técnica. O restante, ou monta a própria empresa (e trabalha com consultoria), ou está em áreas mais burocráticas (como a financeira e a administrativa), que, na última década, contrataram muitos engenheiros pagando salários muito atrativos aos novos profissionais.
Com o mercado de infraestrutura superaquecido, a necessidade de mão de obra técnica aumentou e há dificuldade de encontrar engenheiros recém-formados, assim como seniores, com mais de cinco anos de profissão. Toda vez que a economia cresce, aumenta também o investimento em infraestrutura, o que logicamente precisa de engenheiros para existir. Se o país não os encontra aqui, vai importar mão de obra de outros países.
Se por um lado a importação resolve o problema imediato de carência de profissionais, por outro deixa o desenvolvimento do país submetido à tecnologia estrangeira, o que não é positivo para uma nação que precisa se desenvolver. Para tentar resolver o problema, o
Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) organizou um censo entre os profissionais para descobrir onde eles estão atuando e incentivá-los a trabalhar na área técnica.
O levantamento terminou no início deste mês e os dados ainda estão sendo analisados.
Apesar da falta de engenheiros, a quantidade de graduações em Engenharia no Brasil – em todas as 60 habilitações – aumentou seis vezes em 15 anos. Saltou de 454 cursos em 1995 para
3.045 em 2012. Entre as áreas que mais cresceram está a Engenharia da Produção, que passou de 30 para 450 cursos.
O principal motivo para os cursos não darem conta de suprir a necessidade de mão de obra é a taxa de evasão das