Metodologia Quase Deuses
O movimento islâmico de Khomeini, que tem seus 30 anos completados nesta quarta-feira, colocou um fim à monarquia iraniana, condenando o xá Reza Pahlevi ao exílio.
Mas a revolução islâmica trouxe outras consequências para o país: uma ruptura com o Ocidente e a hostilidade com os vizinhos árabes.
Depois da revolução, o Irã rompeu suas relações com os Estados Unidos e entrou em uma rota de colisão com os governos sunitas da região do Golfo Pérsico. O resultado imediato foi a guerra com o Iraque (1980-1988), governado pelo sunita Saddam Hussein.
Saddam foi financiado por vários governos árabes e por outros países ocidentais, como os EUA. Mas a guerra não trouxe vencedores e terminou com mais de 1 milhão de mortos.
O regime iraniano sobreviveu mesmo após a morte de Khomeini, em 1989. Mais que isso, a Revolução Islâmica trouxe mudanças no mapa político do Oriente Médio.
O analista paquistanês Iftikhar Hussein afirma que o que aconteceu no Irã foi uma das mais importantes revoluções do século 20.
"Foi a revolução que mudou o curso da história do país e alterou o balanço de forças em uma região dominada por sunitas. Os xiitas passaram a ter maior importância no cenário do Oriente Médio", disse Hussein por telefone à BBC Brasil.
Para ele, os países árabes continuam receosos de que a revolução iraniana ainda possa inspirar movimentos islâmicos que coloquem em risco seus próprios regimes.
Segundo Hussein, o Irã está no centro das questões do Oriente Médio e a maior herança da revolução hoje é a divisão dos árabes.
"Mesmo entre os regimes árabes, há divisões sobre como lidar com os iranianos. Temos dois blocos, um liderado pelo Catar e Síria, com boas relações com o Irã, e outro encabeçado pelo Egito e Arábia Saudita, alinhados com o Ocidente e hostis