Metodologia de ensino de língua portuguesa
NOME : CARLOS HENRIQUE PEREIRA
RESENHA: “Problemas de redação” de Alcir Pécora e “E as crianças eram difíceis: a redação na escola” de Eglê Franchi.
Do livro de Pécora, minha principal crítica é quanto à posição do autor ao analisar o que ele classifica como problemas de argumentação. Dos trechos selecionados entre as páginas 72 e 75, considero, por exemplo, os excertos 5, 8 e 10 apontados como textos problemáticos quanto à argumentação por Pécora, mas que na minha opinião não apresentam esta deficiência. Nestes exemplos, o autor censura o que as pessoas querem dizer; parece que ninguém pode ser ingênuo, romântico, moralista, religioso, ecológico ao expressar suas idéias num texto. Coisas óbvias não podem ser ditas? Aliás, o que é o óbvio? Geralmente o que é óbvio e trivial para um não o é para outro. E se o leitor quiser ler coisas óbvias ou que teoricamente não acrescentam nada para os acadêmicos e críticos de literatura, como nos livros de auto-ajuda? Neste caso, o autor não estará sendo eficiente em sua argumentação? Pécora afirma em seu livro que as pessoas devem expor sua subjetividade, mas quando os alunos o fazem são criticados. Parece que ele só aceita que esta subjetividade seja merecedora de ser escrita/lida se seguir as suas posições ideológicas ou a sua linha de construção textual. Fico com a impressão de que ele espera sempre que o aluno produza seu texto como alguém que busca provar seu posicionamento, e, para mim, quando se pede para alguém demonstrar algo é uma coisa, quando se pede uma dissertação é outra. É claro que o texto precisa ser coeso e coerente, mas acho que o aluno pode defender suas posições sem precisar ficar provando tudo que expõe. Também não concordo com a crítica feita aos alunos que reproduzem em seus textos idéias já contidas em outros textos ou no discurso corrente, pois quando reproduzo um discurso não estou apenas copiando alguém, mas explicitando que eu