Metodologia completa para a estimativa de matrizes de insumo-produto
Insumo-Produto
Resumo
As mais recentes estimativas existentes para as contas nacionais da economia brasileira dizem respeito ao ano de 2002, ao passo que a Matriz de Insumo-Produto oficial do IBGE mais atual refere-se ao ano de 1996. Há, entre elas, uma defasagem de seis anos. Qualquer análise multisetorial da economia brasileira contemporânea deve contar, portanto, com um esforço individual de atualização da Matriz de Insumo-Produto, o que pode ser feito a partir dos dados do
Sistema de Contas Nacionais de 2002. Ocorre que existe uma diferença conceitual importante entre a tabela de consumo intermediário das atividades do Sistema de Contas Nacionais e a tabela de absorção do modelo convencional da Matriz de Insumo-Produto. Portanto, a utilização dos dados do Sistema de Contas Nacionais, derivado do Manual de 1993 da ONU a fim de se proceder à estimativa de uma Matriz de Insumo-Produto é o objetivo central do presente artigo. Ainda que os resultados empíricos adiante apresentados sejam relativos à economia brasileira para o ano de
2002, a metodologia original aqui desenvolvida para sua obtenção tem um espectro de utilização muito mais amplo. Com efeito, ela pode ser utilizada para a construção de Matrizes de InsumoProduto de qualquer país ou região em qualquer período para o qual estejam disponíveis dados atualizados do Sistema de Contas Nacionais ou regionais e uma Matriz de Insumo-Produto de referência. Palavras Chave: Matriz de Insumo-Produto, Sistema de Contas Nacionais, Economia Brasileira
1 Considerações Iniciais
A mensuração dos principais agregados macroeconômicos concernentes à economia brasileira, retroagindo ao final dos anos 40 e início dos anos 50 do século findo, encontrava-se sob a tutela institucional da Fundação Getúlio Vargas - FGV. Especialistas em estatística econômica brasileira e internacional utilizaram o censo econômico de 1950 para construir