Metodologia cientifica
Quero iniciar essa reflexão me valendo da visão do Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo, a respeito do debate surgido acerca da legalização do uso de maconha no país. No artigo “Legalização de drogas no Brasil: em busca da racionalidade perdida”, o professor chama a atenção para o fato de as pessoas se posicionam contra ou a favor da legalização sem estarem devidamente esclarecidas a respeito do assunto.
Na verdade o teor ideológico da discussão sobressaiu aos questionamentos que deveriam nortear nosso posicionamento. O artigo do Dr. Laranjeira nos leva a avaliar a racionalidade e a oportunidade desse debate. E mais ainda, ele desafia o leitor a tentar estabelecer pontes com outras drogas de abuso (causas e efeitos sociais). Ao considerarmos o que propõe o autor do artigo citado ficamos, talvez, menos imparciais aos dados sobre o efeito da legalização de uma droga – sobretudo propor uma alternativa de política de drogas que seja baseada em objetivos claros, com vista para caminhos menos nocivos para uma sociedade que ainda não descobriu coerência legislativa e judiciária.
Com base em estudos realizados, o Dr. Laranjeira apresenta pontos que devem permear a nossa reflexão. Ele identifica três modelos teóricos de pensamento em relação ao problema. Vamos denominá-los aqui de modelos A, B e C:
O mais importante nas considerações aqui apresentadas é que as evidências mostram que a abolição das leis teria um efeito maior nas pessoas que comumente não consomem drogas.O modelo A defende a proibição total do uso de drogas. Entretanto esse modelo de pensamento tende a aumentar o crime que estaria associado ao uso ilegal de uma substância, a maior corrupção social, ao nível mais impuro da droga no mercado negro, e à dificuldade das pessoas buscarem ajuda em relação a um comportamento ilegal. O modelo B, por outro lado, que defende a completamente legalização da maconha,