metodo de ensino freiriano
Paulo Freire (1921-1997) tornou-se famoso na década de 60 por causa do seu trabalho com alfabetização de adultos, através do qual conseguia ótimos resultados não apenas em termos de aprendizagem da escrita, mas também de conscientização de camponeses e operários.
O famoso "método" desenvolvido por Paulo Freire para alfabetizar as camadas populares, que muitas vezes é reduzido a uma sequência de técnicas, baseia-se no diálogo, na escuta e no respeito ao aprendiz como pessoa capaz de produzir significado, e não apenas de receber lições passivamente.
No trabalho desenvolvido por Freire, partindo-se de diálogos e conversas, chega-se a uma lista de "palavras geradoras" (por volta de 15 a 20). Essas palavras servem para fazer fichas que abrem espaço para uma aprendizagem mais sistemática das sílabas. Um exemplo clássico, tirado do trabalho com os operários que construíam Brasília, é o da palavra "tijolo", que em uma etapa posterior é usada para trabalhar as sílabas ta-te-ti-to-tu, ja-je-ji-jo-ju e assim por diante.
Mas esse não é o aspecto mais importante do método, e sim a capacidade de utilizar o diálogo como recurso para ensinar e para desenvolver, em cada aprendiz, o que Freire chamava de "consciência crítica".
Foi justamente esse caráter político que valeu ao educador um exílio de quase 16 anos, iniciado em 1964, durante o regime militar. As suas ideias, claro, também foram postas fora de ação, e Freire passou a percorrer o mundo experimentando e divulgando seu método, tornando-se cada vez mais conhecido e reconhecido.
Nos dias atuais ele é, certamente, o pedagogo brasileiro de maior renome mundial. Alguns o consideram o pensador pedagógico mais influente do mundo no final do século XX (e o Brasil ainda precisa descobrir o valor de suas ideias). Especialmente nos Estados Unidos, seu nome hoje é citado em inúmeros trabalhos, em especial no de pedagogos mais preocupados em respeitar a diversidade cultural - questão delicadíssima, principalmente nos