Metalurgia do pó
22/09/2005
Engenheiros de materiais da Universidade de Duke, Estados Unidos, desenvolveram um novo modelo de liga metálica "quasicristalina" que poderá permitir a construção de uma nova geração de equipamentos e peças virtualmente livres de fricção.
Quasicristais, da mesma forma que os cristais normais, consistem de átomos que se combinam para formar estruturas geométricas - triângulos, retângulos, pentágonos etc. - que se repetem em um padrão. Mas, ao contrário do que acontece nos seus
"parentes normais", o padrão dos quasicristais não se repete a intervalos regulares.
É por isto que os quasicristais se tornam interessantes quando o assunto é a diminuição do atrito. Enquanto os padrões atômicos de duas superfícies cristalinas, atritando-se uma contra a outra, podem se alinhar, causando fricção, isto não acontece nos materiais quasicristalinos. Dois materiais quasicristalinos poderão esfregar-se um contra o outro com um atrito quase desprezível.
Ligas metálicas quasicristalinas já são usadas em grande número de aplicações industriais, inclusive nas conhecidas panelas anti-aderentes, porque elas combinam as propriedades de resistência à abrasão e ao calor das resinas antiaderentes, com a condutividade térmica própria dos metais.
Entretanto, ainda há um obstáculo importante impedindo o uso de quasicristais na construção de superfícies que devam deslizar uma contra a outra: a existência de contaminantes superficiais microscópicos, como os gases atmosféricos, que entram entre as superfícies e interferem com sua "lubricidade" característica. Os gases formam uma finíssima camada de moléculas sobre a superfície da liga, formando um padrão cristalino, anulando as vantagens dos quasicristais.
O que os cientistas fizeram agora foi justamente modelar essa ação das moléculas de gases. A pesquisa, que será publicada no próximo exemplar do periódico Physical
Review Letters,