Metalinguagem televisiva - vídeo show
Vídeo Show, programa da TV Globo exibido desde 20 de março de 83 surgiu com a missão de recuperar os melhores momentos da emissora, até então com 18 anos. A atração, na grade da emissora por 29 anos é uma reinvenção de VT Show, exibido em 1967, dois anos após a fundação do canal, com a mesma missão do atual programa, a de levar para o telespectador os acontecimentos por detrás das câmeras.
Exibido de segunda à sexta no inicio da tarde, Vídeo Show é um programa opaco, pois fala da rotina televisiva, que visa o entretenimento levando ao público o que é ocultado pela grade da própria emissora, como erros de gravação de telenovelas, entrevista com autores, diretores e atores sobre o processo de criação do produto e sobre a produção jornalística, além de mostrar os bastidores de peças teatrais e shows de música na “Agenda Cultural”.
O programa é mediado por apresentadores que fazem parte do núcleo da emissora, que dialogam diretamente com o público olhando para a câmera, mostrando que por alguns minutos o telespectador “pode permanecer no interior da emissora”, diferente do que faz outros programas metalinguísticos da rede como Profissão Repórter, que ignora a câmera agindo como se fosse comum o público presenciar as entrelinhas da tevê.
Ainda em comparação com Profissão Repórter, no Vídeo Show há um abismo menor entre as imagens produzidas pelo programa e as de arquivo ou de outras atrações da emissora. Enquanto Profissão Repórter mostra imagens que foram feitas por outros programas em pequenos monitores ou visores da câmera, no Vídeo Show, as imagens captadas durante a visita aos bastidores e as de arquivo do programa visitado se confundem, pois na edição há uma mescla entre imagens dos bastidores e as do arquivo da emissora, dando a ideia de como é gravado, e do resultado obtido.
A metanarrativa de Profissão Repórter e de Vídeo Show se assemelha quanto ao “fascínio pela câmera”,