Metafísica dos Costumes
a) Formal (Lógica)
b) Metafísica da natureza (Física) e Metafísica dos costumes (Ética) Segundo o autor a filosofia formal é uma filosofia racional pura e não comporta uma parte empírica, porque é lógica. Por outro lado, a filosofia material possui, além de uma parte racional e um segmento empírico, que se apoia em princípios da experiência. Não só as leis morais se distinguem essencialmente de tudo o que contém elemento empírico, como também toda filosofia moral se apoia inteiramente em sua parte pura, e, aplicada ao homem, não deduz coisa alguma do conhecimento do que este é (Antropologia), senão que lhe confere, na medida em que ele é ser racional, leis a priori. Uma Metafísica dos costumes é pois rigorosamente necessária a fim de indagar a origem dos princípios práticos que existem a priori em nossa razão, mas também porque a própria moralidade está sujeita a toda a espécie de perversões. Para que uma ação seja moralmente boa, não basta que seja conforme com a lei moral; é preciso, além disso, que seja praticada por causa da mesma lei moral; de contrário, aquela conformidade e apenas muito acidental e muito incerta, visto como o princípio estranho à moral produzirá, sem dúvida, de quando em quando, ações conformes com a lei, mas muitas vezes também ações que lhe são contrárias.
A lei moral em sua pureza e genuinidade não deve ser buscada senão numa filosofia pura; de onde a necessidade de esta (a Metafísica) vir em primeiro lugar, pois sem ela não pode haver filosofia moral. Nem a filosofia, que confunde princípios puros com princípios práticos merece o nome de filosofia; merece menos