Metafisica
A primeira coisa que aprendemos sobre a filosofia de Ockham é que ela freqüentemente é denominada de ‘nominalista’. Mas muitas vezes não é explicado qual o tipo de nominalismo foi o de Ockham, pois o nominalismo medieval, como seu homônimo moderno, tomou muitas vezes formas surpreendentes.[2] Ao menos, dois temas distintos na metafísica de Ockham, têm sido chamados de nominalismo: [1] sua discussão e rejeição dos universais[3]; e [2] seu chamado ‘Programa de Redução Ontológica’, a saber, a eliminação de supostos tipos de entidades, em particular a redução ontológica da lista das dez categorias de Aristóteles para duas: substância e qualidade (em alguns contextos teológicos as relações).[4] Embora eu possa dizer alguma coisa sobre ambos os temas neste artigo, minha ênfase será sobre o segundo ponto. Esses dois temas são independentes um do outro. Por um lado, é possível que alguém negue a realidade dos universais, como Ockham fez, embora sustente que entidades individuais são necessárias em algumas poucas categorias. Nesse sentido, Buridano rejeitou os universais, mas pensou que eles são entidades reais irredutíveis tanto na categoria da quantidade quanto nas categorias da substância e da qualidade.[5] Por outro lado, alguém pode pensar que algumas das categorias da lista de Aristóteles podem ser reduzidas a outras [categorias], ainda que insista que universais, não apenas indivíduos sejam necessários em algumas ou em todas as categorias restantes. Nesse sentido, o contemporâneo de Ockham, Walter Burley pensou que as categorias podem ser reduzidas as três de Buridano, mas foi um realista acerca de universais.[6] Embora esses dois temas sejam independentes no pensamento de Ockham, eles às vezes são colocados juntos para um tema mais fundamental: o ‘Princípio de Parcimônia’ conhecido como a ‘Navalha de Ockham’. Em alguns aspectos a ontologia de Ockham é mais