Metafisica da Modernidade
Durante o século XVII, Descartes concebeu uma metafísica de muita influência até nossos dias. Trata-se da concepção de mundo que separa radicalmente matéria e espírito, ou corpo e mente conhecida como dualismo cartesiano.
O filósofo francês decidiu romper com a herança cultural do passado quando definiu que precisava “começar tudo novamente desde os fundamentos, se quisesse estabelecer algo de firme e de constante nas ciências”. Para alcançar esse objetivo, empregou o método da dúvida e chegou a questionar até mesmo o que parecia mais indubitável: a existência do mundo e de si mesmo. Ele buscava, desse modo, chegar a uma primeira certeza, que atuaria como um novo centro ou ponto fixo a partir do qual construiria toda a sua filosofia. A partir daí, tratou de alcançar outras certezas. Nessa tarefa, foi construindo sua teoria da realidade, que ficou estruturada em três classes de substâncias ou coisas:
Substância infinita (trata-se de Deus).
Substância pensante (corresponde à esfera do eu).
Substância extensa (trata-se do mundo corpóreo, material).
No entanto, coincide coma doutrina católica, o Deus é transcendente. Daí o conhecimento dualismo da metafísica cartesiana.
Para o filósofo, os corpos só se movem quando acionados por outro agente de forma mecânica. Assim, o mundo material é concebido pelo filósofo como uma grande máquina que recebeu seu primeiro impulso de Deus. O ser humano seria composto por corpo e alma. Nosso corpo estaria submetido às leis mecânicas naturais, de causa e efeito, predeterminadas. A alma teria a propriedade de interagir com o corpo e comandá-lo.
Descartes supôs que a alma estivesse sediada em uma pequena glândula localizada no meio do cérebro e que, por meio dela, se comunicaria com o corpo. Desse modo, a concepção dualista do ser humano – e o que dela resulta: a questão sobre a relação entre o corpo e a alma - tornou-se um problema filosófico clássico. Analisando as Meditações metafísicas de Descartes, Hobbes