Metafisica da modernidade
1. As mudanças na modernidade
Chamamos modernidade ao período que se esboça no Renascimento, desenvolve-se na Idade Moderna e atinge seu auge na Ilustração, no século XVIII. O paradigma de racionalidade que então se delineia é o de uma razão que, liberta de crenças e superstições, funda-se na própria subjetividade e não mais na autoridade, seja do poder político absoluto, seja da religião.
De fato, estava sendo gestado um novo período da história ocidental, com mudanças em amplo espectro; sociais, políticas, morais, literárias, artísticas, científicas, religiosas e também filosóficas. A contraposição ao pensamento medieval estimulou a recuperação da cultura greco-latina, agora sem a intermediação da religião, o que denotava a laicização do pensamento: se antes o foco da reflexão era a teologia, na modernidade prevalece a visão antropocêntrica. O século XVII representa, portanto, a culminação de um processo que modificou a imagem do próprio ser humano e do mundo que o cerca.
O que vemos afirmar-se na modernidade é uma característica importante do pensamento: o racionalismo, a confiança no poder da razão. E uma das expressões mais claras desse rationalisme é o interesse pelo método, É verdade que o método sempre foi objeto de discussão na filosofia, mas nunca corn a intensidade e a prioridade que lhe dedicaram os filósofos do século XVII. Sob esse aspectos merecem destaque na filosofia as reflexões de Descartes, Bacon, Locke e, no âmbito da ciência, de Galileu, Kepler e Newton.
O debate culminou na crítica da razão levada a efeito por Kant no século XVIII. Desde então intensificou-se, quando diversas correntes filosóficas passaram a explicar a relação entre o sujeito que conhece e o objeto conhecido, ou seja, a teoria do conhecimento.
2. A questão do método
A revolução científica quebrou o modelo de inteligibilidade do aristotelismo e provocou o receio de novos enganos. Para evitar o erro, a príncipe. indagação