METABOLISMO JAPONES
O Movimento Metabolista surgido no Japão em meados da década de 1960 do século XX teve como um de seus grandes idealizadores o arquiteto Kenzo Tange que, a partir de um olhar atento à crise concernente à falta de territórios para a expansão das megalópoles japonesas, buscava através da arquitetura, das grandes infraestruturas, dos grandes recursos de engenharia e de um ideal de intervenção em megaescala, respostas projetuais possíveis. A alternativa imediata à qual se dedicavam os arquitetos metabolistas japoneses consistia na inevitável ocupação dos oceanos enquanto interface para a construção de uma "nova civilização". Muitos projetos foram desenvolvidos com este horizonte como emblemático Planejamento para a Nova Baía de Tokio. A pré-fabricação era considerada a solução paradigmática para problemas de grandes escalas, e a elaboração de sistemas de ampliação utilizando adições sucessivas de componentes celulares geriu todo um imaginário de concepção projetual para uma grande parte dos arquitetos. O conceito "metabolista" considerava que edifícios e espaços urbanos estariam sujeitos às mesmas lógicasdo crescimento natural e biológico que agenciavam os organismos vivos.
Características da condição urbana daquele momento histórico pós-Segunda-Guerra incluiam a recuperação econômica e a rápida modernização e capitalização das grandes cidades e um processo de reação à ineficácia dos métodos de planejamento urbano tradicional diante da caoticidade dos sistemas urbanos. Novos esforços deram origem a novos métodos emergenciais que buscavamresolver problemas extremamente complexos utilizando métodos sistemáticos de desenho. Sob uma influência do pensamento emergente pós-moderno, encontramos traços de uma abertura participativa e de valorização individual manifesta no desejo de oferecer, através destes métodos sistemáticos, a possibilidade de que cada indivíduo pudesse criar sua própria habitação de acordo com o seu gosto e capacidade econômica. Princípios do