Mestre
Por Denise Pires Basto Costa
INTRODUÇÂO
A questão moral permeia toda a nossa existência. Ninguém pode isolar-se em sua casa, em sua consciência, e assistir impassível à degradação de práticas, sem formular aquilo que sente como uma exigência interior. É na empresa, entretanto, o lugar onde se orquestra com mais convicção a “valsa” das éticas. Espaço social por excelência, as empresas são as entidades triunfantes em uma economia de mercado e trazem, em si, as contradições atuais e nossas dificuldades em formular as novas exigências da vida em comunidade. (Etchegoyen, 1991: 110).
Para que se possa compreender o surgimento do tema de responsabilidade social nos negócios, considera-se necessária uma breve reflexão sobre o conceito de ética empresarial, construído a partir da definição contemporânea de ética. Leisinger (2001:18) define a ética como a ciência que estuda as diversas morais, ocupando-se do tema de uma forma descritiva e comparativa, mas também propondo uma avaliação crítica da moral. Segundo este autor, a moral estaria situada no plano dos valores e da distinção entre o “bem” e o “mal”. A moral teria, por conseguinte, um caráter normativo, constituindo e orientando padrões de comportamento através de valores e normas.
Em contrapartida, Srour (2000:29) situa a ética no plano das reflexões e indagações. É a partir do estudo dos costumes das coletividades que as morais podem adquirir consistência. Segundo ele, a ética teria o propósito de “libertar” os agentes sociais do que chama de “prisão do egoísmo”, levando-os à uma reflexão sobre os efeitos produzidos sobre o outro. O caráter normativo e a divisão maniqueísta entre o “bem” e o “mal” recebem um olhar questionador, compreendendo e incorporando a dimensão cultural ao conceito de ética.
A ética nos negócios é, portanto, “uma reflexão sobre as práticas empresariais nos quais estão