Mestre
Os autores iniciam apontando que o ensino de Ciências na escola, historicamente, assume uma perspectiva internalista, supervalorizando uma concepção de ciência de caráter neutro: o método científico empregado pelas ciências da natureza, os conteúdos específicos de cada disciplina e o papel do cientista como produtor isolado de conhecimentos sempre benéficos para a humanidade. Este tipo de ensino não contempla temas da atualidade e aparenta possuir pouca utilidade social. Embora a escola venha falhando em sua tarefa de formação de cidadãos e transformação social (TEIXEIRA, 2003a), Nascimento e von Linsingen afirmam é dever de todos aqueles envolvidos com alguma instância da educação formal buscar alternativas para a superação de tais problemas. No artigo em questão, pensando nos problemas acima citados, os autores buscam trazer elementos para se pensar o ensino de ciências em uma formação ampla do educando, apontando algumas relações teóricas entre a abordagem educacional CTS e a filosofia educacional progressista de Paulo Freire, explorando três pontos de convergência, a saber: i) A abordagem temática e a seleção de conteúdos e materiais didáticos. Tanto o enfoque CTS quanto o método de investigação temática de Paulo Freire (no qual é feito um levantamento das situações problema que os aprendizes encontram-se imersos, para a posterior seleção dos conteúdos de cada disciplina) rompem com o tradicionalismo curricular no ensino de ciências, na medida em que são selecionados conteúdos a partir de temas que contemplem situações cotidianas dos alunos, facilitando sua aprendizagem, bem como permitindo ao educando compreender problemas relacionados ao seu contexto; ii) Perspectiva interdisciplinar do trabalho pedagógico e o